Quando se aborda o sistema penitenciário brasileiro, imediatamente vem a idéia dos presidiários, de seus crimes e do preconceito da sociedade sobre os ex-detentos. As abordagens surgem a partir da idéia que, já consumado o crime e sua pena, restam soluções para o nível de tratamento a ser recebido pelo homem ou mulher que fora praticante do ato criminoso.
A idéia de “punição” como ato de vingança, mais que como medida de reeducação é o que vem norteando a sociedade, de modo generalizado, e isso diminui em muito a possibilidade de uma educação para o convívio social, talvez mesmo descartando a possibilidade de ressocialização.
Toda sociedade possui um código de convívio, toda a sociedade possui um conjunto de regras que são aceitas e toda pessoa tem o seu papel social, sejam elas conscientes ou não das regras que existirem em seu grupo de convivência. Aqueles que ferem as normas são os marginalizados. Os que agridem a sociedade, com seus intuitos destrutivos, são os criminosos, cientes ou não das leis. Para muitos destes acontece um julgamento capaz de determinar suas penas de reclusão ou prisão, que são cumpridas de acordo com a disponibilidade de vagas no sistema carcerário, não exatamente por cumprimento à sentença.
Todos nós influenciamos as pessoas com quem convivemos. Inclusive os criminosos com seus pensamentos rudes, com seus atos, muitas vezes, cruéis, amorais e destrutivos. Remover um indivíduo assim do meio social poderá servir para que seja evitada a contaminação das pessoas de bem, com este tipo de linha de pensamento praticado pelo indivíduo marginal. Talvez, esse isolamento pudesse ser por um período previsto pelo tipo de crime e seu efeito na sociedade.
Talvez haja a necessidade do tratamento e apoio psicológico ao servidor público que convive com pessoas desta linha de pensamento e que sua convivência seja mínima, tanto em jornada diária, quanto em tempo de trabalho total, antes que este convívio possa afetar ao servidor do Estado, naquilo que este servidor toma como rotina. Assim, quem sabe, o servidor pudesse ser o “educador” daqueles que não conheceram ou não acreditaram no bem viver, no conviver construtivo, no “bem estar social”.