Translate

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO

A Psicologia é uma ciência moderna que estuda o comportamento do homem e de alguns animais e suas relações sociais.

Sobre a palavra “psicologia” é sabido que sua origem vem da junção dos termos “alma” e “estudo”, em grego, e que antes de se tornar uma ciência moderna esteve intimamente ligada a filosofia.

O que me importa agora é falar sobre o significado de “ciência moderna”.

Antes da ciência o homem buscava explicações e compreensão da realidade através do mito ou da religião. O rompimento com o mito surgiu no período denominado pré-socrático quando os primeiros filósofos, desprendendo-se do mito, buscavam explicações com a razão. Assim, durante muitos séculos, a filosofia serviu como fonte de compreensão da realidade. Somente no século XVI surgiu a ciência moderna, quando passou a apresentar um elemento novo no estudo: o método. Sem a presença do método o estudo não poderia ser validado, podendo inclusive ser considerado herético. A ciência passa a ser considerada certa e imutável.

Durante os séculos XVI e XVII Francis Bacon coloca a experiência como método de pesquisa e René Descartes procurava dividir o todo para poder tornar conhecido o todo. Passamos com Bacon e o empirismo ao método indutivo e com Descartes ao método dedutivo.

A visão cartesiana separa mente e matéria e surgem duas correntes filosóficas: os mecanicistas e os racionalistas. Para Descartes, não havia propósito, vida ou espiritualidade na matéria e, nesta visão, a ciência só pode trabalhar com o que pode ser medido, pesado ou quantificado.

Somente no século XIX surgiu o primeiro laboratório de psicologia no mundo, capaz de atender as exigências da ciência, criado por Wilhelm Wundt. A partir de suas pesquisas surgiram investigações quanto a consciência e comportamento. Foram criadas técnicas e aparecem as teorias e, com elas, as chamadas “escolas”, cada uma entendendo à sua maneira a conduta e a personalidade do ser humano.

A Psicologia pode ser dividida em ramos, de acordo com o campo de atividade que será seu objeto de estudo, de acordo com o tipo de investigação ou método adotado e, ainda, com o tipo de aplicação prática.


A Psicologia pode estar focada no estudo dos problemas do comportamento através de arranjos científicos. Descritas as condições do arranjos e o comportamento do indivíduo neste arranjo, obtém-se dados precisos e leis psicológicas sobre percepção, aprendizagem memorização e esquecimento e etc.

Podemos afirmar que a Psicologia é ciência normal.

E o que é “ciência normal”?

A ciência, durante muito tempo deteve o poder de dizer o que era certo ou errado, a única instituição capaz de dar respostas válidas aos questionamentos humanos. A ciência era definitiva e imutável, na idéia geral de muitos. Até surgir, no século XX, um texto sobre o desenvolvimento das ciências naturais, intitulado “A estrutura das revoluções científicas”, livro escrito pelo físico americano Thomas Kuhn, com termos “paradigma” e “ciência normal”, que passaram a ser empregados em outros domínios como nas artes, psicologia, ciências sociais.

“[...]Kuhn divide o conhecimento científico em dois grandes componentes: ciência normal e revolução científica. Durante os períodos de ciência normal, os cientistas concordam acerca dos fundamentos de sua disciplina e o grosso de seus trabalho se dá no sentido de articular esses fundamentos e sua aplicabilidade.[...]”(1)

“[...]O cientista normal, portanto, é aquele que conquistado por um paradigma, empenha-se em aprimorá-lo.[...]”(2)

Das escolas, ou correntes, da Psicologia podemos destacar algumas que puderam dar grandes contribuições à Educação, como o Comportamentismo, Gestaltismo (ou Configuracionismo) e a Psicanálise.

Os sistematizadores, os teóricos, podem ter modos divergentes de observar o objeto de estudo em psicologia, os modos como usam as técnicas de pesquisa e análise, como sintetizam e explicam as causas e finalidades que estão na base da personalidade e, evitando o ecletismo, passam a pertencer a uma corrente ou escola, tomando uma posição comportamentista, gestáltica, psicanalítica, funcionalista ou estruturalista.

O pedagogo trabalha com situações de relacionamento, com ensino e aprendizagem, com memorização e esquecimento. São situações já estudadas, já aparelhadas pela Psicologia. Passa a ser importante conhecer as teorias da Psicologia para que suas ações pedagógicas também se fundamentem nesta ciência sem que, com isso, perca de vista sua função socializadora.

É o pedagogo quem trabalha com projetos educacionais, apresentando ao educando perspectivas novas que o integre como cidadão.

1.- http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40141993000300004&script=sci_arttext&tlng=in

2.-http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-25551998000200004