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quinta-feira, 31 de março de 2005

Aceitação

Aceitar implica em receber.
Pode parecer simples, mas para receber algo, é necessário admitir o desejo da posse, acolher aquilo que está sendo oferecido, ver-se no direito sobre a propriedade do que vem a ser doado, seja tangível ou não.


Implica em você reconhecer-se na falta do que lhe for ofertado, o que faz com que se confunda o “precisar daquilo”, com sentir-se “menos” pela sua falta. Ou, pelo caminho oposto, pode ser seletivo, e fazer com que se alimente o próprio ego.

Aceitar poder fazer com que a pessoa pense que sempre deva receber o que não lhe pertence, acumulando em si mesma tudo que sua imaginação estimulada queira. O outro lado afirma à pessoa, que ela tem direitos e poderes, e cria o egoísta que tudo quer aceitar, receber, tomar. Desde um objeto, até a atenção plena. Do presente de aniversário, às horas de conversa fútil.

Verdade que existem pessoas a quem podemos e devemos ajudar. Verdade também, que qualquer pessoa que receba ajuda sente-se, por muitas vezes, mal em recebê-la. Como sair deste impasse? Oferecendo como quem recebe o favor desta oportunidade e com o zelo de não deixar que este sentimento se torne em palavras, o que certamente seria ofensivo.


Aceitação sadia é aquela que se faz com as diferentes criaturas do mundo. Justamente por saber que as diferenças existem é que o mundo pôde ser chamado de “bom”. A partir do momento em que a pessoa tenta, por toda sorte, assemelhar o caráter de outra criatura, como uma linha de produção em uma fábrica, o mundo interior desta pessoa deixa de ser bom. Mas esta aceitação sadia a que me refiro, comumente é chamada por outro nome. Esta é chamada de amor.

terça-feira, 29 de março de 2005

Resposta para um amigo

O que é país democrático? Aquele que convive harmoniosamente com todas as pessoas! Não é a comunidade inteira, todo o país vivendo sem pobreza, quem dita o que vem a ser democrático. Mas, evidentemente, uns poucos com muito e muitos na miséria, denuncia algo, no mínimo, mal feito com a nossa capacidade produtiva!

Caso a propriedade privada gerasse produção sem ser punida com taxas, impostos e tarifas excessivas, e se o sistema público obtivesse seus meios de sustento sem arrochar sua clientela, aí sim, teríamos uma distribuição de renda diferenciada. Mas o poder público gera ambições divergentes daqueles que lhes fizeram poderosos. Fato histórico ocorrido no golpe da República? Será que o ideal de República investiu corretamente na democracia ou tivemos vários “Reis” eleitos democraticamente com uso de manipulação da mídia?

Quantas vezes, desde o fim da ditadura militar, tivemos vários candidatos e a manipulação da mídia apontou apenas dois? Caso para se pensar!

Dessa mesma manipulação, nasceram os tais preconceitos. Para que seja possível formar opinião e dela obter apoio, a sociedade precisa ter valores estabelecidos, fortemente. A primeira atitude de manipulação consiste em mudar tais valores, preconcebendo opiniões a partir desta mudança. Por exemplo: nossos heróis. Seriam mesmo heróis ou seria uma mentira contada tantas vezes que se tornaram verdades?

O que tem acontecido com alguns de nossos jornalistas? Apresentam o fato, pura e simplesmente ou remetem alguma opinião, quando fazem seus relatos? Isto existe desde a época bíblica, quando dez espiões verificaram a terra prometida e voltaram anunciando que seriam derrotados, pois blá, blá e blá...e assim, deram as notícias pedidas sobre como era a terra de Canaã e quais os frutos produzidos. Apenas, começaram seus relatos contando suas opiniões, sobrepondo suas opiniões aos fatos.

E o Brasil trouxe seus negros da África! Sim, com a promessa de boas novas de um novo reino, reis e suas cortes africanas embarcaram para o Brasil, esperançosos de realizarem bons negócios. Mas qual! Eram golpistas, estelionatários que articularam o suficiente para encher navios de homens desarmados! No meio da viagem, surpresos, descobriam que eram escravos. Aí, a Inês já era morta!

Depois, trazer famílias, como até hoje se vê acontecendo no Pará, ou Goiás, e transforma-los todos em escravos, ficou bem mais fácil!

O nazismo também contribuiu muito! Claro!!! Que sistema poderia ser melhor para fazer separação entre os de “boa raça” e a “sub-raça”? Começariam por onde? Que tal os assassinos de Cristo, os homossexuais e os homicidas potenciais? Vamos, gente, divulguem o quanto essa sub-raça é nefasta à humanidade! Ah...Qual que é? A guerra acabou. Em 1945 acabou junto, o sentimento nazista! Já não existem pessoas que pensam assim! É? Será?

Mulheres são ruins de volante, loiras...hunf! Gaúcho, de Pelotas, ai...ui...e tudo isso fica tão engraçado contar! Realmente! O humor é feito da quebra de valores, quase sempre associado à sexualidade e ao sagrado.

As capacidades humanas ficam pouco valorizadas, quando ocorre a implantação de um sistema explorador. Então disseminar o ódio faz parte do sistema explorador. O Brasil nunca teve problemas raciais! Somos um povo onde nos misturamos em raças, credo e ideologias políticas! Mas o sistema explorador lança suas sementes. Assim como na África do Sul não foi difícil, devido à situação miserável de sua população, parecer beneficiar alguns poucos negros com algum sub-emprego de status mais "elevado”, e com isso dividir negros entre negros, até mesmo a lei no nosso país, parece existir para beneficiar alguns com a sua negação. Então cria-se o ditado: “só pobre vai pra cadeia”. Assim começa a divisão entre empresários e empregados, ricos e pobres. Foi pouco? Então dividiremos entre pobres e pobres. Pobres negros e pobres brancos!Pobre de nós, que assistimos a manipulação de nossos valores essenciais para benefício de poucos!