Aceitar implica em receber.
Pode parecer simples, mas para receber algo, é necessário admitir o desejo da posse, acolher aquilo que está sendo oferecido, ver-se no direito sobre a propriedade do que vem a ser doado, seja tangível ou não.
Implica em você reconhecer-se na falta do que lhe for ofertado, o que faz com que se confunda o “precisar daquilo”, com sentir-se “menos” pela sua falta. Ou, pelo caminho oposto, pode ser seletivo, e fazer com que se alimente o próprio ego.
Aceitar poder fazer com que a pessoa pense que sempre deva receber o que não lhe pertence, acumulando em si mesma tudo que sua imaginação estimulada queira. O outro lado afirma à pessoa, que ela tem direitos e poderes, e cria o egoísta que tudo quer aceitar, receber, tomar. Desde um objeto, até a atenção plena. Do presente de aniversário, às horas de conversa fútil.
Verdade que existem pessoas a quem podemos e devemos ajudar. Verdade também, que qualquer pessoa que receba ajuda sente-se, por muitas vezes, mal em recebê-la. Como sair deste impasse? Oferecendo como quem recebe o favor desta oportunidade e com o zelo de não deixar que este sentimento se torne em palavras, o que certamente seria ofensivo.
Aceitação sadia é aquela que se faz com as diferentes criaturas do mundo. Justamente por saber que as diferenças existem é que o mundo pôde ser chamado de “bom”. A partir do momento em que a pessoa tenta, por toda sorte, assemelhar o caráter de outra criatura, como uma linha de produção em uma fábrica, o mundo interior desta pessoa deixa de ser bom. Mas esta aceitação sadia a que me refiro, comumente é chamada por outro nome. Esta é chamada de amor.
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