A
presidente Dilma Rousseff, usando de toda arte da eloquencia e de
modo eufêmico, suaviza expressões que poderiam ser chocantes para a
maioria da população, como por exemplo: "laboratório político"
ao invés de "local de operações políticas"; "partidos
progressistas" no lugar de "partidos socialistas" ao
falar da "realidade em nosso continente".
Sempre
na primeira pessoa do plural, afirma que todos chegaram ao poder de
modo
"democrático"
mas não fala sobre a permanência no poder destes que chegaram de
modo nem tão democrático assim. O maior exemplo está no que ela
chama de "Caribe". Evidente que por "Caribe" ela
não está querendo dizer Barbados e sim Cuba. Barbados vive em
regime de monarquia parlamentarista e não tem qualquer
representatividade no FORO DE SÃO PAULO.
Nicolas
Maduro, que era vice do Hugo Chaves (que não fosse a morte teria se
perpetuado no poder) nem venezuelano é. Jamais um estrangeiro
poderia estar como presidente. Simon Bolivar temia o
imperialismo brasileiro. O que me faz crer que quando ela fala em
eles terem sido "firmes na defesa da soberania nacional",
está justificando o tratamento dado para Celso Amorim ao aterrizar
na Bolívia. Ora, a Bolívia se desculpou sobre o episódio de Celso Amorim na ocasião em que
reclamava da solicitação de revista e reconhecimento de sua
aeronave na Europa, com alguns anos de atraso. E mais, nesta parte do
discurso chego a temer que estejam pensando na submissão do Brasil aos países de lingua
espanhola, objetivo maior de Simon Bolivar. Mercosul, CELAC, UNASUL
me parecem muito similares em seus objetivos, mas pode ser que me
falte conhecimentos para distinguir entre bloco economico, bloco
de cooperação e bloco de integração.
Enfim,
um evento como o FORO DE SÃO PAULO "foro democratico, aberto,
generoso e solidário" como diz a presidente, poderia estar mais
aberto ao conhecimento do público em geral, com direito a visitas da imprensa e sem temor
nenhum de quaisquer tipos de auditoria.
Até
hoje existem pessoas que pensam que FORO DE SÃO PAULO é apenas um
mito.